Nós
mulheres do Semiárido Brasileiro, nos colocamos de pé e em luta pela garantia
dos nossos direitos e manutenção das conquistas obtidas no Brasil. Marcharemos
pelo desenvolvimento sustentável, pela democracia e justiça, pela nossa
liberdade e autonomia, e ainda pela igualdade. Estamos em luta pelo fim da
violência machista que agride e mata mulheres, todos os dias, no país. Rechaçamos
o oportunismo golpista de grupos conservadores da sociedade que querem nos
tirar direitos e derrubar a presidente.
No
entanto, não podemos deixar de cobrar a continuidade e o investimento
financeiro contínuo em políticas que mudaram as nossas vidas para melhor nos
últimos 12 anos, a exemplo do Programa Água para Todos. Foi em resposta ao passivo
histórico do Estado com o Semiárido e, sobretudo, com a vida das mulheres, que
hoje estamos assistindo um movimento de transformação, ainda em curso,
propulsionado por essa política e, sobretudo, pelos Programas Um Milhão de
Cisternas e Uma Terra e Duas Águas. Foi em função dessas ações que nos últimos
4 anos, marcados pela seca mais severa dos últimos 80 anos, milhares de
famílias, e mais, milhares de mulheres puderam se manter com dignidade no
campo, semeando cidadania e produzindo alimentos.
Essa
trajetória, contudo, ainda está em curso e essa marcha não pode ser
interrompida nesse momento. Estamos promovendo transformações profundas na
sociedade que não podem ser comprometidas pelo ajuste fiscal, jogando novamente
mulheres e homens do Semiárido ao descaso.
Estamos
falando de uma política de baixo custo, de alta eficiência de execução pela
sociedade civil e de elevadíssimo impacto social e econômico comparado às
grandes obras hídricas, que pouco contribuíram para a mudança na qualidade de
vida no Semiárido.
O
corte sinalizado pelo governo ao Água para Todos, mais especificamente ao Programa
Uma Terra e Duas Águas (P1+2), significará um retrocesso dessa caminhada. E o
custo de desarticulação dessa rede poderá representar uma perda maior do que à
aparente economia projetada.
O
acesso à água de qualidade tem sido um importante instrumento de afirmação e
empoderamento das mulheres do Semiárido. Somos hoje protagonistas de uma
história de luta e esperança!
Pelos
motivos acima explicitados, senhora presidenta, cobramos que o governo reveja
as orientações de corte e mantenha a força e a amplitude do Programa Água para
Todos.
Juntas
a presidenta Dilma e a todas as Margaridas do Brasil, nós mulheres do Semiárido
Brasileiro, queremos continuar na construção de um “Desenvolvimento Sustentável
com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
Brasília,
6 de agosto de 2015
Mulheres
do Semiárido Brasileiro
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