Foto Roberto Stuckert Filho |
A
última quinta-feira (06/08) foi de diálogos importantes entre a 5ª Marcha das
Margaridas e o Governo Federal. A coordenação política da Marcha recebeu a
devolutiva da pauta de reivindicações por parte dos representantes do
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias; do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, Tereza Campello; da Secretaria de Políticas para as
Mulheres, Eleonora Menicucce; e da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto.
Na tarde do mesmo dia, houve uma audiência com a presidenta
Dilma Rousseff, os ministros supracitados, a presidenta do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Maria Lúcia de Oliveira Falcón, e a secretária
executiva do MDA, Maria Fernanda Ramos Coelho. Segundo
Beth Cardoso, integrante da coordenação política da Marcha e técnica do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, questões primordiais contidas na
pauta das Margaridas foram reafirmadas nesse diálogo.
Ganharam destaque as políticas de combate à violência contra
as mulheres do campo, das florestas e das águas, a reforma agrária, o reconhecimento
das mulheres como pescadoras e beneficiárias do Seguro Defeso e de outras políticas
específicas, a desburocratização do acesso individual ao Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA) e a urgência do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos
(Pronara). Foi ainda enfatizada a importância do Plano Nacional de Agroecologia
(Planapo) e a necessidade de fortalecê-lo com o fomento para os quintais
produtivos de todo o Brasil.
Afirmando que não se pode “penalizar mais quem sempre teve
menos e tratar de forma igual os diferentes”, Beth Cardoso
entregou à presidenta a Carta das Margaridas pela Convivência com o Semiárido. O documento defende que os cortes de
verbas não ameacem a continuidade dos
programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma
Terra e Duas Águas (P1+2). “Foi em função dessas ações que nos últimos
quatro anos, marcados pela seca mais severa dos últimos 80 anos, milhares de
famílias, e mais, milhares de mulheres puderam se manter com dignidade no
campo, semeando cidadania e produzindo alimentos”.
A
Marcha das Margaridas é uma das maiores manifestações pelos direitos das
mulheres e reflete um amplo processo de organização em nível nacional.
Estima-se que na próxima semana, nos dias 11 e 12/08, 70 mil ativistas se
reúnam no Estádio Mané Garrincha e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário