“O
trabalho da mulher muitas vezes é invisível. E no meio rural não é
diferente”, discursou Beth Cardoso, representante do Grupo de Trabalho
(GT) de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), na V
Marcha das Margaridas, que aconteceu no Estádio Nacional Mané Garrincha,
em Brasília na última semana.
Dentro
da programação da Marcha, aconteceram painéis temáticos que
incentivaram as mulheres a debaterem um pouco mais sobre os temas:
Enfrentamento à violência contra as mulheres do campo, da floresta e das
águas; Mulheres na luta por autonomia econômica, trabalho e renda;
Mulheres em defesa da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns e
Mulheres rurais guardiãs da cultura camponesa.
No
painel “Mulheres na luta por Autonomia econômica, Trabalho e Renda”
foram debatidos problemas que afetam direta ou indiretamente as mulheres
como: a carência na assistência técnica, falta de educação com
qualidade, dificuldade de acesso à terra e a recursos financeiros, falta
de água, entre outros. Beth Cardoso que também fez parte da Coordenação
Política da Marcha compôs a mesa de discussão deste espaço. Segundo a
representante do GT da ANA, as mulheres se empenham muito mais no
trabalho doméstico e na produção dos alimentos que elas e suas famílias
consumem. Por isso é tão importante lutar em defesa da necessidade das
políticas públicas voltadas à autonomia financeira das mulheres rurais.
Durante
sua fala, Beth Cardoso ainda explicou também que, na luta pela
visibilidade da mulher, no Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da
Mata (CTA) utiliza-se a Caderneta Agroecológica.
Este instrumento contabiliza a produção das mulheres, valoriza a
diversidade desta produção e é uma forma de trazer a autonomia das
agricultoras familiares.
Jucélia
Bittencourt que participa da Secretaria da Mulher de São Paulo esteve
presente neste espaço e disse que foi um momento muito produtivo e
importante para as mulheres: “Foi um debate intenso e importante.
Percebemos a diversidade de situações existentes no Brasil inteiro.
Porque aqui encontramos mulheres de todos os estados. Aqui, se estendem
as lutas, damos as mãos as nossas companheiras e abraçamos todos os
problemas, transformando tudo isso numa luta só”.
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