sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Campo Grande: compartilhando experiências e conhecimentos



No quarto e último dia de intercâmbio, as agricultoras foram conhecer a Feira Orgânica de Campo Grande. Apreciando espaço de comercialização, as visitantes encontraram itens da Cooperativa de produção da Agricultura Familiar Solidária de Espera Feliz, o que gerou satisfação e orgulho tanto para as feirantes quanto para as mulheres da Zona da Mata que lá estavam.

Com o término da feira, houve uma roda de conversa no próprio espaço em que está localizada a feira, onde participaram idealizadoras, feirantes e agricultoras. Foi contado o histórico dessa forma de comercialização e debatido o papel das mulheres nos quintais e a relação delas com a Rede Carioca de Agricultura Urbana.



A experiência da Rede Ecológica, que visa fomentar o consumo ético, solidário e ecológico, foi explicada por Míriam Langanbach. As compras coletivas são feitas diretamente de pequenos produtores agroecológicos e orgânicos e se iniciaram quando Míriam e uma amiga participavam de uma associação de consumidores que entrou em crise. “Tínhamos uma amiga agricultora assentada que não estava conseguindo escoar a produção, aí a gente trouxe para a rua onde morávamos e vendemos. Nesse momento começamos a pensar nessa forma de comprar coletivamente”.


Antes de saborearem o almoço, as agricultoras da Zona da Mata tiveram oficinas de culinária, aprendendo como são feitas a “farofa viva” e a “torta viva”, com a ajuda da participante da Feira Orgânica, dona Irma Maria Ferreira. Mostrando o quintal e a cozinha da sua casa, dona Irma contou um pouco do trabalho dela com plantas medicinais, sucos, pães e pastas, que já possuem certificação orgânica. A agricultora luta para que os hábitos alimentares sejam reavaliados e diversificados, para que seja quebrado o paradigma de se comer carne todos os dias. "Consome-se muita comida industrializada. Dá para alimentar bem e sem fazer mal à nossa saúde com as muitas coisas que a terra nos proporciona. Basta fazermos bom proveito de tudo que ela nos oferece”. 

"Eu aprendi a fazer muitas coisas. Quando chegar em casa vou colocar tudo em prática. Nem sempre dá certo, mas o importante é que a gente sabe que dá pra fazer e vai experimentando e testando. Só não pode desanimar", afirma Maria Caetano, a dona Lia, de Diogo de Vasconcelos. Assim como dona Lia, as agricultoras voltaram para casa com a bagagem cheia de novas experiências compartilhadas no Rio de Janeiro.

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