No quarto e último dia de
intercâmbio, as agricultoras foram conhecer a Feira Orgânica de Campo Grande.
Apreciando espaço de comercialização, as visitantes encontraram itens da
Cooperativa de produção da Agricultura Familiar Solidária de Espera Feliz, o
que gerou satisfação e orgulho tanto para as feirantes quanto para as mulheres
da Zona da Mata que lá estavam.
Com o término da feira, houve
uma roda de conversa no próprio espaço em que está localizada a feira, onde
participaram idealizadoras, feirantes e agricultoras. Foi contado o histórico
dessa forma de comercialização e debatido o papel das mulheres nos quintais e a
relação delas com a Rede Carioca de Agricultura Urbana.
A experiência da Rede
Ecológica, que visa fomentar o consumo ético, solidário e ecológico,
foi explicada por Míriam Langanbach. As compras coletivas são feitas
diretamente de pequenos produtores agroecológicos e orgânicos e se iniciaram
quando Míriam e uma amiga participavam de uma associação de consumidores que
entrou em crise. “Tínhamos uma amiga agricultora assentada que não estava
conseguindo escoar a produção, aí a gente trouxe para a rua onde morávamos e
vendemos. Nesse momento começamos a pensar nessa forma de comprar coletivamente”.
Antes de
saborearem o almoço, as agricultoras da Zona da Mata tiveram oficinas de
culinária, aprendendo como são feitas a “farofa viva” e a “torta viva”, com a
ajuda da participante da Feira Orgânica, dona Irma Maria Ferreira. Mostrando o
quintal e a cozinha da sua casa, dona Irma contou um pouco do trabalho dela com
plantas medicinais, sucos, pães e pastas, que já possuem certificação orgânica.
A agricultora luta para que os hábitos alimentares sejam reavaliados e
diversificados, para que seja quebrado o paradigma de se comer carne todos os
dias. "Consome-se muita comida industrializada. Dá para alimentar bem e
sem fazer mal à nossa saúde com as muitas coisas que a terra nos proporciona.
Basta fazermos bom proveito de tudo que ela nos oferece”.
"Eu
aprendi a fazer muitas coisas. Quando chegar em casa vou colocar tudo em prática.
Nem sempre dá certo, mas o importante é que a gente sabe que dá pra fazer e vai
experimentando e testando. Só não pode desanimar", afirma Maria Caetano, a
dona Lia, de Diogo de Vasconcelos. Assim como dona Lia, as agricultoras
voltaram para casa com a bagagem cheia de novas experiências compartilhadas no
Rio de Janeiro.
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