Como parte da programação da IV
Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres e da V Marcha das mulheres do
norte, mais de 1200 mulheres estiveram reunidas em Varzelândia para um debate
envolvendo os temas feminismo, reforma política, agroecologia e violação de
direitos socioambientais no Brasil. O encontro aconteceu na manhã do sábado
(18).
Miriam Nobre, uma das
integrantes da Marcha Mundial das Mulheres, destaca que esta ação “é pela
integridade dos nossos corpos e territórios, pelo direito de viver livre da
dominação e opressão e pelo direito das mulheres viverem uma vida sem
violência”.
O Norte de Minas é uma das
regiões do estado que mais sofre com o avanço da mineração. E os impactos
negativos desses mega empreendimentos também foram pautas do debate. “As
mineradoras ocupam o nosso território e transformam os nossos montes em
buracos”, afirma Miriam.
Para Paula, da Comunidade
Quilombola Caxambu, espaços como esses são importantes para fortalecer as
mulheres. “A conquista dos nossos direitos é uma conquista só e a gente fica
observando que o direito de uma é o direito de todas”, aponta.
A tarde do mesmo dia foi
reservada para a realização de uma feira com produtos agroecológicos e
artesanais produzidos pelas mulheres e por comunidades tradicionais. Foram mais
de 20 barracas que comercializaram, dentre muitos produtos, pimentas, sementes,
pães, doces, tapetes e roupas.
“É um evento que muitas mulheres
deviam estar, que acaba com o estresse. É um comprimido maravilhoso que a gente
toma aqui” afirma a autora da farinha do pequi, Vicentina de Almeida, de
Januária.
Maria de Lourdes Nascimento,
agricultora familiar e presidente do Coletivo de Mulheres do norte de Minas,
destaca que, embora o processo de montagem da feira seja recente na região, os
aprendizados são grandes. Neste segundo ano de feira, mais de 31 municípios
estão representados e a qualidade dos produtos “não deixa nada a desejar”. A
expectativa é que a feira se torne uma atividade itinerante nos territórios que
compõem o Coletivo e dê visibilidade à produção econômica e sustentável das
mulheres.
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