quinta-feira, 23 de julho de 2015

Primeiro módulo do PFG Nordeste acontece em Recife

Integrantes de oito estados se reúnem em Recife para o primeiro módulo do Programa de Formação em Gestão de Empreendimentos (PFG) do Nordeste. O objetivo do encontro, que acontece entre 22 e 26 de julho, é a autonomia econômica das mulheres, a partir da qualificação dos grupos produtivos aos quais elas pertencem.
A equipe técnica da Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa- Capina estimula a intervenção ativa das participantes para desenvolver os principais temas da formação, que são gestão democrática, comercialização e viabilidade econômica. Para isso, cinco equipes de trabalho foram definidas para estruturar as atividades e autogestionar o curso.
Terezinha Pimenta esclarece que o PFG parte da prática dos grupos produtivos e, portanto, é necessário refletir sobre os elementos presentes nos processos cotidianos, para que os empreendimentos sobrevivam e progridam ao longo do tempo. As mais de 30 integrantes de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte subdividiram-se nos espaços de coordenação, registro, avaliação processual, infraestrutura e outras linguagens (dinâmicas de tradução do conhecimento de forma mais lúdica).
            Os principais desafios levantados, referentes à gestão e viabilidade, infraestrutura, comercialização, políticas públicas e marco legal foram debatidos na tarde de ontem (22/07). A agricultora paraibana Betânia Buriti comenta que as iniciativas costumam visar à autoestima da mulher, “mas não consideram a complexidade que é a comercialização, que depois gera retorno econômico para os grupos. O estudo de viabilidade é importante para estarmos bem mais fortes”.
Outro ponto de reflexão foram as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para estarem nos ambientes de formação. Muitas delas relataram que sofrem com a sobrecarga de tarefas da casa que previamente precisam cumprir, pela falta de equidade na divisão dos trabalhos domésticos. Apesar das adversidades, quem veio ao PFG demonstra que as expectativas são as melhores. “Eu acredito que vou levar outra visão para o meu grupo. A gente tem que trabalhar com a razão, não pode trabalhar só com o coração e nem estar se apiedando como coitadinhas. Sem o estudo de viabilidade econômica a gente morre na praia, os outros crescem e a gente fica para trás”, afirma Edilza Nascimento, artesã de Pirangi do Norte, no litoral sul de Natal.

O PFG é uma das ações do Projeto Mulheres e Agroecologia em Rede, uma parceria entre o Centro deTecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA), a Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa (CAPINA), e as Redes de Mulheres das cinco regiões do país, com financiamento da União Européia.


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