“No Ceará, o Centro de Pesquisa e Assessoria (Esplar) executa uma chamada de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), no território do Sertões de Canindé, que abrange 240 mulheres em seis municípios. O Esplar, tem 40 anos de discussão da agroecologia e do feminismo com as comunidades e com as agricultoras. Entretanto sabemos que existem instituições executoras de chamadas que têm dificuldade de formação e prática técnica.Eu trago o exemplo claro de uma experiência sobre a visão do papel das técnicas . A gente chegou em várias comunidades para trabalhar com ATER para mulheres e foi reconhecida como "as meninas das galinhas". Nós percebemos que as pessoas esperavam um caráter produtivista, que levasse somente um projeto de criação de galinhas. É muito mais fácil, para profissionais que não têm formação agroecológica, associar que mulher tem a ver com quintal, que tem a ver com galinha. É muito mais prático fazer extensão de tecnologia do que a comunicação tecnológica, não promovendo a valorização do potencial e saberes femininos, não discutindo outros projetos produtivos, a diversidade, a agroecologia e muito menos o feminismo.As chamadas de ATER precisam de uma discussão política que tenha um olhar significativo para a formação dos técnicos e técnicas. Para que as atividades desenvolvidas com mulheres não reproduzam o assistencialismo e os agentes sejam reconhecidos como problematizadores da realidade. E essa formação reflete em toda a qualidade da assessoria nas comunidades”. Andrea Sousa, Técnica do ESPLAR durante o Seminário do GT Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Não somos “as meninas das galinhas”
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