Na
última quarta-feira (29/04), cerca 20 mulheres rurais se reuniram na comunidade
Capim Roxo, em Caparaó (MG), para conversarem sobre a criação de um grupo
local. Agricultoras familiares de Espera Feliz, Ervália e Divino, que são
lideranças mobilizadoras de mulheres, deram sua contribuição contando quais os
processos necessários e quais os benefícios da auto-organização feminina.
Armezinda da Silva Firmino, coordenadora do grupo produtivo Raízes da Terra, chamou atenção para a
necessidade de empoderar as mulheres e solidificar valores que promovam a
unidade do coletivo e respeitem a individualidade das envolvidas. "O empoderamento é o que tem dentro da
gente e que precisa vir para fora. Quando isso começa a acontecer, a gente vê
que não é menos que ninguém e nem mais. A gente começa saber que é capaz, que
tem poder de realizar. A gente descobre que pode buscar melhorias e trabalho
para nossa família e para a comunidade".
Ziula Fernandes de Lima relata
que, apesar de Capim Roxo ser grande e possuir muitas mulheres, não há organização das moradoras e nem oportunidades de atividades para-além das
domésticas. "Às vezes, a gente fica só na beirada de fogão, então a
expectativa é muito grande de a gente trabalhar outras coisas, não só visando
lucro, mas também aprender. Com o grupo formado, podemos repassar os
conhecimentos que temos e desenvolver novos trabalhos. Isso vai levantar a
autoestima da gente", avalia Ziula.
Além da roda de conversa, na qual foram compartilhadas as demandas locais e a experiência dos grupos já articulados, houve um momento de
esclarecimento de dúvidas e de distribuição de materiais informativos. Os
trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata(CTA) e pelo Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas Gerais
(MMZML) também foram apresentados.
Acontecerá, em maio, uma reunião
para a definição da comissão responsável pela coordenação e gestão do grupo, bem como uma oficina técnica sobre a produção de sabonete.
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