Entender
os desafios do atual contexto para fortalecer a defesa das pautas feminista e
agroecológica no Brasil. Com este objetivo, cerca de 30 mulheres que compõem o
Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (GT
Mulheres da ANA) se reuniram entre 24 e 25/11, em Mario Campos (MG). No
encontro, estratégias de atuação regional e nacional foram construídas pela rica
diversidade de organizações e movimentos sociais representados.
A
conjuntura nacional e internacional foi analisada com a contribuição das convidadas
Bernadete Monteiro, da coordenação executiva da Marcha Mundial das Mulheres
(MMM); Larissa Costa, do jornal Brasil de Fato; e Soniamara Maranho, integrante da direção nacional do Movimento de
Atingidos por Barragens (MAB). Os principais assuntos por elas abordados foram o
processo de crise econômica e política, as correlações de forças e o
aprofundamento das desigualdades de gênero neste cenário, a representação das
mulheres na grande mídia brasileira e a necessidade de democratização da
comunicação, a ofensiva conservadora, o impacto socioambiental dos grandes
projetos na sociedade, a exemplo da tragédia provocada pela Samarco (Vale S.A./
BHP Biliton) em Mariana.
Diante
das reflexões geradas, foram aprofundados os atuais enfrentamentos no campo
agroecológico, com as debatedoras Miriam Nobre, da Sempreviva Organização Feminista (SOF), Beth Cardoso, da coordenação
do GT Mulheres da ANA, e Laeticia Jalil do GT Gênero da Articulação Brasileira
de Agroecologia. A crítica ao modelo de desenvolvimento perpassou vários
aspectos, abordando a forma como a atual política econômica do Governo Federal
incide sobre a pauta da agroecologia, em um claro processo de secundarização da
temática, os cortes no orçamento e as opções políticas que determinaram a
extinção da SPM (Secretaria de Políticas para Mulheres), os prejuízos causados pelos atuais reduções de recursos para
as políticas sociais e o recuo no lançamento do PRONARA (Programa Nacional de Redução
do Uso de Agrotóxicos).
Ganharam
destaque, a partir das análises, as estratégias regionais e nacionais de
fortalecimento das articulações de mulheres junto às organizações agroecológicas
e no diálogo com o governo e com os movimentos sociais. Acompanhe os principais encaminhamentos abaixo:
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