segunda-feira, 29 de junho de 2015

Articulação de Mulheres do Campo de Minas Gerais entrega documento à SEDA e SEDH



Documento entregue à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (SEDA) e à Secretaria de Estado de Direitos Humanos de Minas Gerais (SEDH) por representantes de movimentos sociais, sindicais, do campo agroecológico e de povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais:

"Compomos a Articulação das Mulheres do Campo de Minas Gerais, um espaço de articulação que envolve diferentes movimentos, organizações e redes do estado: Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Atingidos por Barragens, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Federação Quilombola – Coordenação Estadual das Mulheres Quilombolas, Federação dos Trabalhadores da Agricultura (FETAEMG), Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF), Grupo de Trabalho sobre Gênero e Agroecologia, Articulação Metropolitana da Agricultura Urbana, O Movimento do Graal no Brasil, Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas, Coletivo de Mulheres Organizadas do Norte de Minas.

No diálogo com o governo do estado, especialmente neste caso com a SEDA e a SEDH, afirmamos a importância da criação de organismos específicos de políticas para as mulheres, capazes de dar seguimento a implementação de políticas que respondam à ampla diversidade de demandas das mulheres do campo de Minas Gerais e estejam em consonância com o lema de campanha “Ouvir para Governar”. Diante da atual conjuntura, avaliamos que é preciso avançar nessa construção e, para iniciar este diálogo, propomos:

Criar a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, vinculada ao gabinete do governador, com recursos e equipe específicos;

Criar uma Diretoria de Políticas para as Mulheres dentro da SEDA, tendo a Articulação das Mulheres do Campo como espaço de interlocução permanente e com recursos específicos;

Criar um espaço de diálogo com os movimentos sociais, especialmente com a interlocução com a Articulação das Mulheres do Campo, para recomposição e reestruturação do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, viabilizando a participação de representantes dos movimentos das diferentes regiões do estado;

Disponibilizar recursos para as Conferências Regionais ou Municipais convocadas pelos movimentos de mulheres;

Criar o Fórum Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, desde a indicação dos movimentos e com a participação da SEPLAG, SES, SEDA, SEDH, SEEE, SEDESE e SEC, com a primeira reunião em setembro;

Implementar uma Campanha Estadual de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, a partir do diálogo com os movimentos sociais e com a Articulação das Mulheres do Campo de Minas Gerais;

Criar e implementar o Programa Estadual de Redução do Uso dos Agrotóxicos, a partir da interlocução com os movimentos sociais e a Campanha Contra os Agrotóxicos;

Criar e implementar um sistema de monitoramento dos impactos dos transgênicos na produção de sementes crioulas (criação de metodologia específica, disponibilização de kits para o teste de transgenia etc);

Criar a Política Estadual de Ater, com a contratação de serviços de Ater pelo governo do estado, garantindo o atendimento a 50% de mulheres, com recursos para um componente de fomento, priorizando o atendimento aos projetos produtivos de mulheres;

Ampliar o acesso das mulheres à DAP, incluindo as comunidades quilombolas e as agricultoras urbanas;

Implementar o PAA Estadual e ampliar o PNAE, garantindo o acesso das mulheres e a comercialização de seus produtos e das sementes crioulas;

Ampliar as áreas com Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no estado;
Criar um programa estadual para a regularização fundiária para as propriedades da agricultura familiar e camponesa;

 Implementar a regularização fundiária das terras devolutas;

Realizar a Feira Estadual da Agricultura Familiar e Camponesa Agroecológica;

 Apoiar a realização do Seminário Estadual das Mulheres do Campo;

Desenvolver pesquisa sobre a realidade das mulheres do campo em Minas Gerais, a partir do diálogo com a Articulação das Mulheres do Campo;

Criar políticas públicas específicas para a juventude negra, especificamente para as mulheres jovens, fortalecendo e valorizando a cultura das comunidades tradicionais.

Belo Horizonte, 25 de junho de 2015".

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