sexta-feira, 27 de março de 2015

Machismo é debatido em capacitação do Teatro do Oprimido

A arte é uma importante ferramenta para a superação das violências. Isso foi o que a equipe do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA) presenciou na última terça-feira (24/03). Técnicos e estagiários, que estavam fazendo uma capacitação do Teatro do Oprimido, se apresentaram no intervalo da manhã diante de todos na organização.

A modalidade encenada foi a do Teatro Fórum, que motiva a discussão e a participação da plateia na cena. Sempre questionadora de uma situação problema, esta técnica propõe o debate com o público. A partir das intervenções o público é convidado a substituir o personagem oprimido e modificar a violência sofrida com uma atuação diferente.


O assédio da mulher na sociedade machista foi a temática debatida e vivenciada na formação dirigida pela professora do curso de Licenciatura em Educação no Campo da UFV, Emiliana Maria Diniz Marques. Cantadas recebidas na rua, piadas, agressividade paterna e a ideia de que a mulher é a culpada por usar uma roupa curta foram as circunstâncias trabalhadas e superadas através do teatro.
“Nós mulheres temos que lidar constantemente com situações de opressão. Com o teatro, podemos treinar formas distintas de lidar com essas circunstâncias, aprender que podemos fazer diferente e, assim, modificar a realidade”, explicou Emiliana durante o debate.

O técnico do Projeto Mulheres e Agroecologia, Guto Lopes, ressaltou a importância da capacitação. “Acredito que esse tipo de atividade qualifica o trato de quem vai a campo no contato com as agricultoras e agricultores. Também o teatro nos dá a chance de aprofundar temáticas e, no caso do CTA, possibilita discussões sobre o machismo no nosso próprio ambiente de trabalho”.


Uma das estagiárias que descobriu, através da atividade, a capacidade que a mulher tem de ser criadora e transformadora da sua realidade foi Isabel de Luanda Lopes, também do Projeto Mulheres e Agroecologia. “Eu descobri que sou atriz. Vi que muitas coisas acontecem no dia-a-dia e o teatro da oportunidade de interagir com o grupo, buscando alternativas para enfrentar a situação de opressão”, relata Isabel.

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