A arte é uma importante ferramenta para a superação das
violências. Isso foi o que a equipe do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA)
presenciou na última terça-feira (24/03). Técnicos e estagiários, que estavam
fazendo uma capacitação do Teatro do Oprimido, se apresentaram no intervalo da
manhã diante de todos na organização.
A modalidade encenada foi a do Teatro Fórum, que motiva a
discussão e a participação da plateia na cena. Sempre questionadora de uma
situação problem a, esta técnica propõe o debate com o público. A partir das
intervenções o público é convidado a substituir o personagem oprimido e
modificar a violência sofrida com uma atuação diferente.
O assédio da mulher na sociedade machista foi a temática
debatida e vivenciada na formação dirigida pela professora do curso de
Licenciatura em Educação no Campo da UFV, Emiliana Maria Diniz Marques. Cantadas
recebidas na rua, piadas, agressividade paterna e a ideia de que a mulher é a
culpada por usar uma roupa curta foram as circunstâncias trabalhadas e
superadas através do teatro.
“Nós mulheres temos que lidar constantemente com situações de
opressão. Com o teatro, podemos treinar formas distintas de lidar com essas
circunstâncias, aprender que podemos fazer diferente e, assim, modificar a
realidade”, explicou Emiliana durante o debate.
O técnico do Projeto Mulheres e Agroecologia, Guto Lopes,
ressaltou a importância da capacitação. “Acredito que esse tipo de atividade qualifica
o trato de quem vai a campo no contato com as agricultoras e agricultores.
Também o teatro nos dá a chance de aprofundar temáticas e, no caso do CTA,
possibilita discussões sobre o machismo no nosso próprio ambiente de trabalho”.
Uma das estagiárias que descobriu, através da atividade, a
capacidade que a mulher tem de ser criadora e transformadora da sua realidade
foi Isabel de Luanda Lopes, também do Projeto Mulheres e Agroecologia. “Eu
descobri que sou atriz. Vi que muitas coisas acontecem no dia-a-dia e o teatro
da oportunidade de interagir com o grupo, buscando alternativas para enfrentar
a situação de opressão”, relata Isabel.
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