Mais
de 40 agricultoras familiares representantes de 15 municípios da Zona da Mata
mineira estiveram presentes no Centro de Tecnologias Alternativas (CTA) nos
últimos 9 e 10 de dezembro. Na ocasião aconteceu o encontro final deste ano do Movimento
de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas Gerais (MMZML) em conjunto com o
seminário de mulheres atendidas pelo projeto de Assistência Técnica e Extensão
Rural (ATER) Agroecológica.
O
objetivo da reunião foi realizar o diagnóstico e o planejamento das ações
específicas com mulheres para os próximos dois anos. Segundo Natália Moura, técnica do programa
Sociobiodiversidade do CTA, foi possível conhecer as demandas apresentadas
pelas agricultoras para que a assistência prestada pela ONG atenda às
necessidades por elas vivenciadas. A partir das metodologias participativas
utilizadas no decorrer do encontro, as mulheres expressaram suas realidades,
seja por meio da arte, como no Teatro do Oprimido, seja por meio dos diálogos
em grupo e em plenária.
O
encontro contou ainda com uma noite cultural em que as participantes puderam
assistir ao documentário “As sementes” e também fizeram apresentações
artísticas como danças, músicas, teatros e piadas.
A
coordenadora do projeto “Mulheres e Agroecologia em Rede”, Dora Feiral, avalia
que seminário foi satisfatório, fortalecendo a articulação do movimento de
mulheres e suas parcerias na região, a partir do planejamento estratégico para
o próximo ano. No seminário foi possível organizar ainda a agenda coletiva das
atividades envolvendo os municípios presentes estabelecendo as datas dos novos
encontros do movimento.
Para
a agricultora familiar Eliane Magalhães de Santana do Manhuaçu planejar as
ações é fundamental para garantir a maior participação das envolvidas e
promover mudanças na realidade das mulheres. A agricultora conta da própria
transformação pela qual passou depois que conheceu o movimento de mulheres. “Eu
era muito cabeça dura, fui criada com minha avó e ela tinha um jeito muito
fechado de viver e de pensar. E com esses encontros consegui abrir minha
cabeça. Lá aprendemos a lidar com as nossas famílias, para que elas valorizem a
mulher também. O movimento empodera a mulher, o que é muito importante nos dias
de hoje. E nós participamos dele não é para nos engrandecer sozinhas e dizer
que somos demais, e sim para buscar conhecimento e forças uma com as outras
para continuar caminhando”.