sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Segundo Módulo do PFFA Sul acontece em Chapecó

As estratégias de superação da violência contra as mulheres foi o tema do segundo Programa de Formação Feminismo e Agroecologia (PFFA) da região Sul, que aconteceu no Centro de Formação Maria Rosa, em Chapecó (SC). A formação contou com a presença de aproximadamente 25 agricultoras do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre os dias 02 e 04/12/14.

Durante o encontro, as participantes foram estimuladas a refletir sobre suas realidades e metodologias participativas contribuíram para abordar e discutir as diferentes formas de violências presentes na vida das mulheres. Ivone de Arruda, professora aposentada e integrante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) de Aquidauana (MS), aponta a necessidade da desnaturalização das situações de opressão: “Nós começamos a nos questionar, a nos olhar enquanto mulheres e a desmistificar muitas situações. Eu vivo numa região altamente machista, que divide o que é de homem e o que é de mulher. E a gente vai, aos poucos, tentando transformar as situações que são colocadas pela sociedade”.
Transmissão de vídeos, montagem de rádio comunitária, visita de intercâmbio e conversa sobre a Caderneta Agroecológica também fizeram parte da programação do segundo PFFA. Por meio dos mapas da divisão sexual do trabalho, foi analisado como a educação machista e patriarcal provoca violências comuns a todas as mulheres, afetando a autonomia das agricultoras nas unidades de produção. A solidariedade e a auto-organização feminina ganharam destaque como ferramentas de enfrentamento das dificuldades compartilhadas, por meio dos movimentos de mulheres, grupos de produção e da organização de mulheres em organizações mistas.

Catiane Cinelli, da direção do MMC, avalia que, durante o encontro, as participantes se sentiram seguras e confiantes para falarem também das violências que sofrem ou de pessoas muito próximas: “Companheiras falaram de casos de violência muito íntimos e, quando você expõe para o grupo, já é uma forma de se libertar da violência. A violência fica em nós, causa um medo muito grande e não temos coragem de falar. No momento que a gente consegue se abrir, em algum espaço que se sente respeitado, a gente consegue se libertar. Ao mesmo tempo em que a gente fez a discussão, a gente foi vivenciando a superação no coletivo”.


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