O Centro de Tecnologias Alternativas da
Zona da Mata sediou, nos dias 24 e 25 de abril, o terceiro módulo do Programa
de Formação em Feminismo e Agroecologia (PFFA), com a turma de mulheres das
cidades de Divino, Orizânia, Espera Feliz e
Caparaó. Com o tema ‘’Economia Solidária, Economia Feminista e
Políticas Públicas’’, o projeto Mulheres e Agroecologia em Rede ofereceu,
durante os dois dias, atividades de capacitação às mulheres.
O Supermercado Compre Mais, uma das
dinâmicas da programação, dividia as mulheres em grupos de acordo com o número
de pessoas de cada família e promovia a compra coletiva em um mercado
semelhante aos convencionais. Após irem as compras, as mulheres receberam
orientações da nutricionista Regina Oliveira que deu dicas para uma alimentação mais saudável
e equilibrada de acordo com as compras realizadas.
O Roda Viva, outra atividade do Programa
de Formação, contou com a participação da nutricionista Silvia Priori e Paulo Júnior, integrante do
Projeto Cooperar, que debateram questões
sobre políticas públicas. Os Programas Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e
de Aquisição de Alimentos (PAA) também entraram em pauta, sendo discutidas,
durante o debate, as estratégias e leis que regulamentam a agricultura
familiar.
Na última atividade, realizada na
sexta à tarde, as mulheres foram levadas para a sede da ‘’Rede Raízes da Mata’’,
onde receberam instruções e tiraram dúvidas sobre o escoamento da produção
rural. A estudante de Economia e integrante da Rede, Anajá de Oliveira, em
conversa com a turma, ressaltou a importância da divulgação das alternativas
aos mercados convencionais como forma de fortalecer a agricultura familiar: ‘’Por
meio do intercâmbio, os produtores se sentem contemplados e compram a ideia da
Rede porque passam a confiar no trabalho desenvolvido’’.
A produtora rural Quitéria Ramos, de
Espera Feliz, participou do Programa de Formação pela primeira vez e ficou
impressionada com a quantidade de ensinamentos que foram acumulados em apenas
dois dias. Segundo ela, a visita à Rede foi especialmente marcante, pois ‘’foi
uma forma de nos ajudar a conhecer mais sobre as técnicas e possibilidades de
escoar a nossa produção, o que é uma dificuldade pra nós hoje em dia’’.
Quitéria ressalta que irá voltar pra casa com a missão de levar também às
mulheres de sua cidade tudo o que foi aprendido durante o programa.
Técnica do Projeto Mulheres e Agroecologia em Rede, Priscila
Ladeira chama a atenção para o número de mulheres novas que participaram desse
módulo do Programa de Formação e que estão engajadas em grupos de mulheres de
suas respectivas cidades: ‘’Existem mulheres com esse desejo de se organizarem
e o nosso papel é descobri-las e articulá-las para que possam alcançar o seus
objetivos’’.
A agricultora Neiva Célia, de Orizânia,
destaca como principal ponto positivo do Programa o incentivo dado às mulheres
para que essas possam lutar por autonomia: ‘’Nós temos que defender os nossos
direitos, encontramos dificuldade para isso, para chamar todas as mulheres e
nos unir, mas é um esforço que vai valer a pena, o trabalho e a luta tem de ser
coletivos’’.
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