No dia 24 de março, o Projeto Mulheres e
Agroecologia em Rede, desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas da
Zona da Mata – CTA/ZM e financiado pela União Européia, recebeu o prêmio
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de Minas Gerais (ODM-MG). O projeto
recebeu a premiação por ter se destacado no objetivo “Promover a igualdade
entre os sexos e a autonomia das mulheres”.
Realizado pela primeira vez no estado, o
Prêmio ODM Minas analisou 130 projetos de Minas Gerais, selecionando 31 para a
fase final;destes, 15 foram agraciados.
Os critérios utilizados para selecionar
os projetos foram os mesmos utilizados no prêmio ODM Brasil: a contribuição
para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio; o impacto no público
atendido;o caráter inovador; a possibilidade de tornar-se referência para
outras ações similares; a participação da comunidade; a existência de
parcerias; o potencial de replicabilidade; a manutenção da qualidade nos
serviços prestados, a complementaridade e/ou articulação e integração com
outras politicas públicas.O concurso, além de valorizar os projetos, faz com
que boas práticas sirvam de exemplo para outras regiões.
O Projeto Mulheres e Agroecologia em Rede atua promovendo o empoderamento e a
autonomia de mulheres da agricultura familiar e camponesa em 15 cidades da
região da Zona da Mata mineira, em parceria com o Movimento de Mulheres da Zona
da Mata e Leste de Minas; na Amazônia, em parceria com a Rede de Mulheres
Empreendedoras Rurais da Amazônia; na região Nordeste do Brasil, em parceria
com Rede de Mulheres Produtoras do Nordeste; na região Sul do Brasil, em
parceria com o Movimento de Mulheres Camponesas; e na região Sudeste do Brasil,
em parceria com o GT Gênero e Agroecologia. O projeto ainda conta com as
parcerias da Associação Nacional de Mulheres Camponesas - ANMC e da Cooperação
a Projetos de Inspiração Alternativa - Capina. As ações de formação dessas
mulheres buscam a valorização do seu trabalho cotidiano, seja para a geração de
renda através da comercialização dos seus produtos, seja para o consumo
das próprias famílias. O projeto também contribui para a inserção das mulheres
agricultoras familiares em espaços de gestão de políticas públicas e em cargos
estratégicos nos sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais,
associações, comissões e organizações comunitárias.
Para a equipe do projeto, a premiação
representa o reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido pelo CTA-ZM,
além de demonstrar que a organização é capaz de contribuir com o governo
brasileiro para o alcance das Metas do Milênio.
A agricultora familiar e participante do
projeto Sônia Maria Rodrigues, do município de Viçosa, destaca: “O prêmio é o
reconhecimento do nosso trabalho, que já vem de muito tempo. Nós que praticamos
a agroecologia ficamos felizes e agora mais motivadas para continuarmos na
luta, não apenas pela agroecologia, mas também pela autonomia das mulheres
rurais.”
A Assembléia Legislativa de Minas Gerais
também organizou um debate público em Belo Horizonte com o tema “O município e
os objetivos de desenvolvimento do milênio – ações locais/metas globais’’.
Nesta ocasião, o CTA-ZM recebeu mais uma menção honrosa pelo trabalho realizado
com as mulheres rurais. No evento a equipe do projeto teve a oportunidade de
montar um estande, com materiais informativos, boletins, banners, cadernetas
agroecológicas e fotografias, onde o público presente pode conhecer um pouco
mais sobre as atividades desenvolvidas pelo Projeto.
Além de receber o prêmio ODM Minas, o
projeto Mulheres e Agroecologia em Rede
também foi selecionado para receber o prêmio ODM Brasil. A cerimônia de entrega
do prêmio ODM Brasil acontecerá no dia 23 de maio, no Centro Internacional de
Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O Prêmio ODM Brasil recebeu 1.090
práticas inscritas, sendo 804 de organizações e 286 de prefeituras. Do total
das inscrições, 65 práticas foram pré-selecionadas e visitadas por um Comitê
Técnico integrado por representantes do governo.
Da mesma maneira, o projeto Rede de
Mulheres para a Comercialização Solidária, da Associação da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú também foi selecionado
para receber o Prêmio ODM Brasil. Essa Associação faz parte da Rede de Mulheres
Produtoras do Nordeste, uma das parceiras do Projeto Mulheres e Agroecologia em
Rede.
Criado em 2004 pelo Governo Federal, o
Prêmio é fruto de parceria com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e com o Movimento pela Cidadania e Solidariedade/Nós
Podemos. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são desafios estabelecidos
pela Organização das Nações Unidas (ONU) em diversos indicadores sociais, como
acabar com a fome e a miséria, reduzir a mortalidade infantil e o combate a
AIDS.
Além do financiamento direto da União
Européia, também apóiam esse projeto Action Aid Brasil, Pão Para o Mundo, Oxfam,
Petrobras e Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal.
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