Nesta quinta-feira (31), o feminismo e a agroecologia ganham destaque na Universidade Federal de Viçosa (UFV)!
Serão exibidos os filmes: "Outras Marias" e "As sementes" que retratam a
história de vida e de luta de agricultoras familiares de todo o Brasil
que têm seguido juntas na busca por autonomia pessoal, econômica e
política.
Esperamos você, amanhã (31/03), às 18h30, na Casa 18 da Vila Giannetti, UFV.
Não perde não!
quarta-feira, 30 de março de 2016
quarta-feira, 9 de março de 2016
Mulheres ocupam ruas de Belo Horizonte em busca de direitos
8 DE MARÇO Com mais de 2 mil participantes,
ato demonstrou unidade entre movimentos
Com
uma beleza sem padrões e de parar, literalmente, o trânsito de Belo Horizonte. Foi
assim que cerca de 2 mil feministas fizeram um ato pacífico na capital mineira
na última terça (8). Mais de 40 centrais, federações e movimentos sociais do
campo e da cidade estiveram presentes. Com o lema “Mulheres contra a lama que
violenta e mata”, a manifestação rompeu com o sentimentalismo do 8 de Março e demonstrou
o caráter de luta da data.
A
crítica ao atual modelo de desenvolvimento do Estado, e suas perversas
consequências para a vida das mulheres, foi central na passeata
política e cultural que se iniciou na Praça da Liberdade e se encerrou na Praça
da Estação, com shows e apresentações artísticas.
Segundo
Bernadete Esperança da Marcha Mundial das Mulheres a principal mensagem transmitida
pelas integrantes é que é necessário rever o projeto minerário no Brasil. “Sabemos
que a mineração é um elemento importante para o nosso desenvolvimento, mas ela
tem que ser pactuada com o povo, em benefício do povo e não das empresas que
lucram explorando nossas vidas e nosso território”, afirma.
Como parte do percurso, as
manifestantes promoveram um ato de repúdio ao crime socioambiental ocorrido em
Mariana. Em frente ao escritório da Vale, uma das acionistas da empresa Samarco
– responsável pelo rompimento das barragens – despejaram lama proveniente do Rio
Doce. “Vale, quanto vale a vida?”, gritavam em coro. Com cartazes e faixas, as
mulheres lembraram de outros projetos de mineração que ameaçam as comunidades e
seus recursos naturais, bem como a ofensiva das monoculturas e o uso intensivo
de venenos agrícolas.
Ato
demonstra unidade
Liliam
Telles, representante do Grupo de Trabalho Mulheres da Articulação Nacional de
Agroecologia, avalia que, apesar das dificuldades enfrentadas, inclusive por
conta do machismo institucional das organizações, o ato cumpriu a expectativa
de mostrar a força das mulheres do campo, ali representadas pelas agricultoras
familiares, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. “Foi
surpreendente a capacidade de construção de aliança com as mulheres da cidade,
o que aumenta a vontade da gente fazer uma ação ainda maior no ano que vem”,
comenta.
Reivindicações
Durante
a caminhada, músicas e gritos de ordem lembravam as desigualdades de gênero que
persistem no país, por exemplo, as duplas e triplas jornadas de trabalho
femininas, devido à responsabilização exclusiva das mulheres pelo trabalho
doméstico e de cuidados com a família. A diferença salarial entre homens e
mulheres em cargos com mesma função, a sub-representação política e as
múltiplas formas de violências também foram criticadas.
Em documento entregue ao governo
estadual as envolvidas cobraram maior acesso a creches e à educação infantil
para os filhos; direito aos territórios; direitos sexuais e reprodutivos;
políticas públicas de saúde, educação e saneamento para as mulheres do campo e
da cidade; e o fim da tarifa de energia mais cara do Brasil. Além disso,
reivindicaram a aprovação da política estadual de atendimento às famílias
atingidas por barragens e outros empreendimentos; a assinatura imediata do
decreto de desapropriação da área da fazenda Aradinópolis e a suspensão
do despejo marcado para o dia 10 de março deste ano.
As trabalhadoras reafirmaram
ainda a unidade no enfrentamento ao conservadorismo e na defesa da
democracia.
terça-feira, 8 de março de 2016
Documentário “Outras Marias” é lançado no dia internacional de luta das mulheres
Durante
a manhã de hoje, o documentário “Outras Marias” foi lançado na Assembleia
Legislativa de Minas Gerais. A atividade fez parte do 8 de Março Unificado que
desde ontem reúne cerca de 700 mulheres de 40 Centrais, Federações e Movimentos
Sociais do campo e da cidade.
O
documentário é uma das ações do projeto Mulheres e Agroecologia em Rede e
aborda, a partir da vivência de quatro agricultoras familiares da Zona da Mata
mineira, o protagonismo feminino na construção da agroecologia. Três das
personagens retratadas no filme estiveram presentes e compartilharam seus
sentimentos após a exibição do curta.
Solange
Borges Peron, de Espera Feliz, comenta que sentiu uma emoção muito grande ao se
ver no filme: “é muito maravilhoso mostrar para as companheiras de todos os
lugares o meu dia a dia. Mostrar para as outras mulheres não terem vergonha de
serem do campo, de fazerem o que fazem. E também que somos capazes de modificar
a sociedade com os nossos trabalhos”.
Para Maria Eliete Rufino, o filme
contribui no reconhecimento das atividades feitas pelas mulheres e que muitas
vezes são invisibilizadas: “A gente nunca para e nota o quanto de coisa a gente
faz. Quando a gente vê o filme passando, é muito interessante. A gente fica
muito feliz em ver o trabalho da gente, porque ele não é diferente dos das
companheiras que estão na luta”.
Já
Armezinda da Silva Firmino diz que
participar do filme juntamente com outras agricultoras foi uma experiência inesperada
e gratificante: “quando a gente vê as companheiras é como a gente estar se
vendo também. Quando a gente vê a nossa luta, percebemos que não somos uma,
somos muitas e fazemos muitos tipos de trabalho”.
Estão
sendo programadas exibições regionais do documentário nas cidades de Acaiaca,
Divino e Espera Feliz e o filme também será disponibilizado na internet nos
próximos dias.
“Outras
Marias” é uma produção da Formosa Filmes. Uma iniciativa do Centro deTecnologias Alternativas da Zona da Mata, em parceria com redes de agroecologia
de todo o Brasil e com financiamento da União Européia.
Carta das mulheres do campo e da cidade ao Governo e à sociedade mineira
Belo
Horizonte, 08 de março de 2016
Somos
850 mulheres do campo e da cidade reunidas nos dias 07 e 08 de março de 2016 na
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, vindas de todas as regiões do estado,
de mais de 40 organizações.
Neste 08 de março, dia internacional da
mulheres, nosso tema é questionar o modelo de desenvolvimento em MG, vinculado
à dependência das migalhas dos impostos sobre a mineração, toda essa nossa riqueza é destinada para a exportação e
os lucros extraordinários ficam para seus acionistas e rentistas e nós mulheres
ficamos com a violação dos direitos humanos que aumenta a cada. Viemos
denunciar todas as lamas que estão em nossas vidas e que historicamente nos
violentam e matam: QUEREMOS NOSSOS DIREITOS. Queremos o fim da violência que
sofremos por sermos mulheres, acesso a creches/ educação infantil para nossos
filhos e filhas, salário igual para trabalho de igual valor, fim do assédio
moral e sexual, direito aos nossos territórios e pelos direitos sexuais e
reprodutivos, por políticas públicas de saúde, educação, saneamento para as
mulheres do campo e da cidade, o fim da tarifa de energia mais cara do Brasil,
a ampliação da participação na política e que só virá com uma constituinte
exclusiva, soberana e popular.
Queremos
que seja revisto o acordo do grande crime em Mariana e toda a Bacia que trata
da recuperação do Rio Doce e das indenizações assinadas entre Governos e a Samarco,
onde não consta em nenhum momento a participação dos atingidos e atingidas,
dando liberdade ao criminoso fazer o que quiser com suas vítimas.
Exigimos
que esta casa dê prioridade à votação e que aprove a política estadual de
tratamento às famílias atingidas por barragens e outros empreendimentos, que
chega nesta casa no dia de hoje. Vamos acompanhar cada passo no debate e
votação da mesma.
Exigimos
assinatura imediata do decreto de desapropriação da área da fazenda Aradinópolis
e suspensão do despejo marcado para o
dia 10 de março deste ano.
Somos
mulheres em luta contra o golpe em defesa da democracia, porém não permitiremos
que sejam tirados nossos direitos historicamente conquistados, estaremos postas
e nas ruas no dia 18 de março.
Seguiremos em marcha até que todas sejam
livres!
Fora
Cunha inimigo das mulheres!
Mulheres,
minério água e energia não são mercadoria!
Somos
todas atingidas queremos nossos direitos!
segunda-feira, 7 de março de 2016
Mulheres se mobilizam em BH
Centenas de mulheres
de movimentos sociais do campo e da cidade estão acampadas em frente à
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, região central de Belo
Horizonte. Com o tema “Mulheres contra a lama que violenta e mata: Somos todas
atingidas” o ato se iniciou na manhã de hoje (7/3) com uma mesa de debate sobre
a conjuntura nacional e se estende até a tarde de amanhã, com o ato político
que levará mulheres e suas bandeiras de luta pelas ruas da cidade.
A mobilização, que
já é tradicional na semana do dia 08 de março, reúne mulheres de diversas
regiões do estado e neste ano tem como objetivo denunciar todas as formas de
violações historicamente cometidas contra as mulheres pelo sistema capitalista,
imperialista e patriarcal.“Hoje aqui a gente
tem a presença de mulheres do campo, da cidade, de diversas Federações e
Centrais, trabalhadoras de movimentos sociais diferentes. Esse 8 de março
unificado não só revela a diversidade das mulheres em Minas, mas também é a
expressão na nossa capacidade de auto-organização”, comemora Liliam Telles,
representante da Marcha Mundial das Mulheres.
Sônia Mara Maranhão,
integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e uma das
coordenadoras do ato, explica que o crime socioambiental ocorrido em Mariana,
uma das pautas da luta, é símbolo das violências sofridas pelas mulheres.
“Entendemos que a crise do sistema coloca em xeque a vida das mulheres de toda
bacia do rio doce e nós mulheres de Minas Gerais e de todo Brasil temos a ver
com isso, porque isso pode vir a acontecer em outros lugares e é um exemplo das
violações que acontecem hoje na vida das mulheres.”, diz.
O enfrentamento do conservadorismo é também
uma das bandeiras de luta das integrantes. “Queremos afirmar também que somos
contra o golpe e em defesa da democracia. Mas ao mesmo tempo nós mulheres não
queremos perder nenhum direito historicamente conquistado. Então vai esse
recado para o Governo também”, ressalta Sônia Mara.
Considerando a
diversidade sociocultural do estado de Minas Gerais, mulheres de diversas
regiões se fizeram presentes. Do Norte de Minas, vieram mulheres agricultoras,
indígenas da etnia Xakriabá (a maior do estado), quilombolas das comunidades de
Praia, Puri-Carindó, Japuré, Tabua, Brejo de São Caetano, Alegre e Lapinha, e
de comunidades tradicionais -- geraizeiras, caatingueiras, vazanteiras, etc.
À
luta contra o machismo, soma-se na vivência destas mulheres a reivindicação por
seus territórios tradicionais, contra a expropriação territorial promovida por
grandes empreendimentos como mineração e plantação de eucalipto, e perda de
direitos, articulada pela ação repressora das diversas esferas do poder. Esta
luta é fortalecida pela afirmação das identidades destas mulheres como
Agricultoras, Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais.
É assim que
junto à bandeira feminista pelos direitos da mulher e fim da violência,
levanta-se a bandeira pela Agroecologia e pelo Bem Viver dos Povos. Dulce
Pereira, agricultora e caatingueira, afirma: "nós estamos aqui porque
nossos direitos não estão sendo respeitados. Que as mulheres tenham coragem
para levantar a cabeça e lutar por seus direitos e pelo fim da violência tanto
física como mental".
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