Quintais
produtivos manejados por mulheres rurais, beneficiárias do Centro de
Tecnologias Alternativas (CTA), foram visitados pelo engenheiro florestal e
consultor do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), Thomás Lopes Ferreira,
na última semana. As visitas aconteceram nos municípios de Viçosa, Acaiaca,
Diogo de Vasconcelos, Espera Feliz e Divino e fazem parte de um estudo
elaborado pela Diretoria de Políticas para Mulheres
Rurais (DPMR), com o objetivo de ampliar as políticas públicas voltadas para este
tipo de atividade.
Thomás Ferreira explica que, apesar de as atividades nos quintais
produtivos estarem bastante presentes no contexto da agricultura familiar e
serem indispensáveis para o sustento das unidades de produção, ainda há muito o
que avançar na criação e acesso de mulheres às políticas. “A gente sabe que as mulheres têm sido historicamente
negligenciadas no acesso a diversos direitos e que a maior parte dos
empreendimentos econômicos tem sido gestada e decidida pelos homens. Por mais
que as mulheres participem, trabalhem, manejem, ainda não estão dentro de um
contexto de visibilidade”.
Segundo
o consultor, há o interesse por parte do MDA de fortalecer ações específicas
que contribuam para maior autonomia econômica de mulheres rurais. Thomás cita a
importância de programas como o “Minha casa minha vida” considerarem a moradia
não só como a casa fixa, mas também o seu entorno. “Nos quintais também há uma
ampliação do espaço da moradia e na nossa avaliação é um ponto que está dentro
do debate da habitação. Então a expectativa é grande que o estudo se torne
realidade, se fortaleça como política pública para mulheres, aumentando a
qualidade de vida dessas agricultoras e de suas famílias”.
As mulheres rurais que estão no dia-a-dia do quintal sabem a
importância de estudos que resultem em valorização do cuidado com a terra e da
produção de alimentos saudáveis, possibilitando a superação dos desafios
enfrentados no manejo e na comercialização dos produtos. É o caso da
agricultora Terezinha Maria de Jesus Pereira, que fornece alimentos para o mercado local de Viçosa. “Para a
gente que não mexe com gado e nem café, a assistência técnica não dá muita
atenção não”, relata.
A participação de mulheres da Zona da Mata mineira na pesquisa se deve ao
acompanhamento e sistematização que o CTA vem promovendo por meio da Caderneta Agroecológica. A pesquisa do MDA contará com a presença de aproximadamente
outras 30 experiências de agricultoras em quintais produtivos das cinco regiões do país, com previsão de término para
abril deste ano.
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