O módulo “Feminismo e Agroecologia como projeto de sociedade”, do Programa de
Formação Feminismo e Agroecologia (PFFA) da região Sudeste, foi realizado entre
os dias 30/06 e 02/07 no Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata-
CTA/ZM, Viçosa-MG. Cerca de 30 agriculturas das regiões do Vale do
Jequitinhonha, Norte de Minas, Rio Doce e Leste de Minas, Região Metropolitana
de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Extremo Sul da Bahia estiveram
presentes.
Durante a formação, foram debatidos diversos temas, por meio de metodologias diferenciadas. A partir do “Rio da Vida”, as participantes dialogaram sobre os tratamentos e papéis atribuídos às mulheres ao longo das fases da vida e as consequências destes no desenvolvimento feminino durante a infância, a fase adulta e a melhor idade.
Para iniciar a discussão de
feminismo, as mulheres foram estimuladas a perceberem o que é da natureza feminina e o que é socialmente construído. Divisão sexual do
trabalho, invisibilidade do trabalho feminino, liberdade de orientação sexual,
escolhas de vida, independência financeira, formas explícitas e camufladas da
opressão contra a mulher, machismo nas organizações, auto-organização e
violência sexual foram alguns dos temas levantados.
“Muita gente fala de violência contra a mulher como se fosse coisa de uma mulher. Na verdade, a violência é instrumento da sociedade para manter as coisas do jeito que estão. Todas nós já deixamos de fazer algo com medo da violência. E o pior é que a gente se culpa. É importante considerar que a situação de uma companheira poderia acontecer com qualquer uma de nós” Miriam Nobre.
Na dinâmica da “Árvore de Problemas”,
foram identificados e apresentados empecilhos para a vivência da agroecologia e
para o cumprimento dos direitos da mulher nas diferentes
regiões, bem como sugestões de ações organizadas coletivamente pelas mulheres
para superarem os problemas. Além disso, as
participantes fizeram experiência de intercâmbio em duas propriedades rurais no
distrito São José do Triunfo, conheceram como funciona a caderneta
agroecológica, participaram da noite cultural, compartilharam o mapa da sociobiodiversidade
das propriedades e organizaram atividades de mobilização
e articulação entre as regiões.
Ao fim do primeiro módulo, foi feita uma avaliação entre as
integrantes. A agricultora Juliana de Medeiros Diniz, residente de Magé
(RJ), conta um pouco como se sentiu durante do PFFA. “Eu volto recheada de
novas experiências. A experiência nesses dias foi ótima, mas a visita na casa
da dona Terezinha para mim foi uma coisa que não tem preço. Quando você se
depara com uma pessoa que tem o senso de amor, o modo de amor que ela tem, você
enriquece muito. Eu sempre digo que a maior riqueza do mundo não é o dinheiro é
o que a gente aprende na vida, é o que a gente pode dar e receber.”
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