Conhecimento,
planejamento e divisão justa do trabalho são elementos importantes para a
construção da Agroecologia. Na propriedade de Cláudia Maranhão, do grupo de
mulheres Agricultoras do município de São José do Egito, a valorização do
conhecimento faz toda diferença. Apesar de Cláudia ter uma condição
privilegiada para a região, com um poço artesiano e uma cisterna calçadão, o
planejamento da propriedade e a gestão dessa água fez toda diferença na
organização produtiva. Participar de formações, cursos e seminários sobre
Agricultura Familiar está na pauta de trabalho da família. Cláudia e seu marido
dizem que aprenderam muito com essa seca.
Com
os conhecimentos adquiridos fizeram um replanejamento do rebanho de cabras
leiteiras, das cabeças de gado e da microirrigação da horta e do pomar. A
propriedade é toda planejada e o trabalho produtivo bem organizado. Outro ganho
dessa valorização do conhecimento é que o trabalho doméstico também é dividido,
especialmente o cuidado com as crianças. Cláudia sempre participa de reuniões e
oficinas de capacitação, pois quando se ausenta o marido assume os cuidados com
a casa e com as crianças. O resultado dessa divisão do trabalho é uma
propriedade organizada, onde a produção garante o sustento da família com
qualidade de vida e prosperidade. Um casal de agricultores Agroecológicos que
serve de exemplo a ser reaplicado.
O
Projeto Mulheres na Caatinga, com o patrocínio da Petrobrás, por meio do
Programa Petrobrás Socioambiental, vem mobilizando as mulheres agricultoras que
vivem no Território do Sertão do Pajeú para intervirem na recuperação de áreas
degradadas da vegetação da Caatinga.

Cláudia
destaca as práticas agroecológicas adotadas no seu quintal produtivo, trazendo
uma grande diversidade de culturas como plantas adubadeiras, forrageiras, o
plantio de fruteiras, hortaliças, a criação dos pequenos animais, o manejo
sustentável das plantas nativas e reflorestamento, a conservação da
biodiversidade e a preservação das sementes crioulas. Todo esse agroecosistema
cuidado com muito zelo por ela e seu esposo. Ela destaca que a segurança
alimentar da família e a dos animais são garantidas em uma porcentagem de 80%
sem desmatar a Caatinga ou queimar, unindo sustentabilidade e preservação.
Tornando sua propriedade em um verdadeiro oásis no Sertão, um exemplo de
convivência com o Semiárido.
Além
de cuidar da propriedade, a agricultora participa do Grupo Mulheres
Agricultoras da comunidade de São Pedro, em São José do Egito. Para ela este
espaço de participação contribui para o aprimoramento de conhecimento,
essencial para o fortalecimento das atividades que desenvolve e principalmente
enquanto mulher.
Para
fortalecer o manejo sustentável da Caatinga e dos quintais produtivos
agroecológico, o Projeto Mulheres na Caatinga já viabilizou para 210 mulheres
cerca de 18 mil mudas nativas da Caatinga em 2014, e tem a expectativa de
plantar mais 28 mil mudas nativas neste ano. É com as mãos das mulheres que a
Mata Branca – do tupi-guarani caa(mata) e tinga(branca) irá florescer em cada
quintal agroecológico do Semiárido Pernambucano.
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