quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Comissão Metodológica avalia ações do projeto "Mulheres e Agroecologia em Rede"

          
 Representantes das organizações parceiras que compõem o “Mulheres e Agroecologia em Rede” se reuniram nesta segunda-feira (23/11), em Mário Campos (MG), para avaliar as ações desenvolvidas pelo projeto. Executado no âmbito do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (GT Mulheres da ANA), o projeto tem promovido o empoderamento político, técnico e econômico das mulheres rurais, na Zona da Mata mineira, Amazônia, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

           A discussão foi motivada com a análise de resultados feita pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA) e apresentada pela técnica Priscila Ladeira, considerando os impactos dos Programas de Formação Feminismo e Agroecologia e de Gestão de Empreendimentos, PFFA e PFG, respectivamente, bem como dos intercâmbios, das oficinas de multiplicação e do acompanhamento técnico às agricultoras familiares. A partir disso, a comissão metodológica  apontou as contribuições alcançadas desde março de 2013, quando o projeto foi iniciado, enumerando também os desafios que estão colocados para a continuidade no fortalecimento das agricultoras, após março de 2016.
           Os avanços vieram de múltiplas formas, abrangendo a realidade pessoal das agriculturas, os processos de auto-organização nos grupos, as entidades envolvidas e a rede agroecológica e feminista a nível regional, estadual, nacional e latino-americana. A criação de metodologias de formação inovadoras, que estão sendo adaptadas a outras realidades e projetos; o surgimento de novos atores e fortalecimento das redes; a qualificação das equipes técnicas e do debate feminista nas organizações; o aumento do acesso das beneficiárias às políticas públicas e da autonomia política e econômica delas foram alguns dos principais aspectos levantados.
    Rita Teixeira, da Rede de Mulheres Empreendedoras Rurais da Amazônia (RMERA), destaca as contribuições do projeto com participação de integrantes dos nove estados da Amazônia Legal. Assista ao vídeo: 

       
           Participam da comissão metodológica, além da equipe técnica do CTA, representantes do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM), da Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa- Capina, do Grupo de Trabalho Gênero e Agroecologia, do GT Mulheres da ANA, do Movimento de Mulheres Camponesas, (MMC), do Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense (MMNEPA), da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, da Rede de Mulheres Produtoras do Nordeste e da Sempreviva Organização Feminista (SOF).

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Luta feminina por agroecologia e por acesso às políticas públicas é tema de seminário do MMZML






“Uma andorinha sozinha não faz verão”. É com essa certeza que o Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas Gerais (MMZML) realizou o seminário “Mulheres agricultoras familiares semeando a agroecologia e construindo as políticas públicas” nos últimos 10 e 11/11, no salão paroquial da Matriz em Divino. Mais de 80 participantes representantes de sindicatos e organizações parceiras de 19 municípios estiveram presentes neste evento.
O Movimento existe desde 2011, fortalecendo as mulheres rurais, estimulando a auto-organização no campo agroecológico e a intervenção feminina nos espaços públicos e políticos. Este primeiro seminário de parceiros teve por objetivos apresentar os trabalhos desenvolvidos pelas agricultoras familiares nos municípios e dialogar sobre a parceria entre as organizações, movimentos sindicais e o MMZML, a fim de potencializar as ações por eles feitas.
O acesso às políticas públicas e a necessidade de documentação das agricultoras  foram temáticas abordadas com a contribuição da militante Talita Araújo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Talita analisou a conjuntura das mulheres do campo no Brasil e em Minas Gerais e, com base nas discussões por ela levantadas, os participantes se dividiram em grupos de discussão. Por município, as integrantes fizeram apontamentos motivadas nas perguntas geradoras: “em relação ao trabalho com as mulheres, o que os grupos possuem? O que os grupos ainda querem alcançar? ”.
Ao som do artista popular Sebastião Farinhada, que animou os dois dias de encontro, também aconteceram atos de solidariedade prestados através de momentos de silêncio, em respeito aos atingidos pela barragem que se rompeu em Mariana (MG) e propostas de articulação, nos territórios, para envio de doações.
Houve discussões sobre o crédito fundiário e as representações políticas das mulheres. E para finalizar o seminário, dividiram-se os participantes em regiões para discutirem a questão: “Para onde vai o Movimento?”, revendo as demandas apresentadas e separando-as em quais serão atendidas pelos municípios, quais poderão ser atendidas pelo próprio Movimento e quais podem ser atendidas pelos parceiros.
Renata Amorim, articuladora do Movimento de Mulheres e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Divino, avalia que este seminário vai revigorar as mulheres nos municípios: “Esperamos que todos os participantes tenham enxergado melhor a importância da força da mulher e que, valorizem cada vez mais o trabalho das agricultoras”.
Para Maria Irani Marçal, agricultora de Ervália, o seminário foi muito importante para que ela continuasse lutando para organizar um grupo de mulheres na comunidade dela . “Fui muito bem acolhida, conheci outras companheiras aqui, outras histórias que acrescentam muito na vida da gente. Estamos tentando organizar o nosso grupo de mulheres em Ervália, e sempre que participamos de encontros assim voltamos com mais ideias e forças para fazer as coisas funcionarem”.
Joana D’arck Escolarique participante do Grupo Raízes da Terra e moradora do assentamento Padre Jésus em Espera Feliz, fala que para ela o seminário foi muito positivo: “Veio me dar uma resistência, a certeza de que nós mulheres podemos muito. E sabemos que uma andorinha só não faz verão, mas caminhando juntas fazem com que dê certo”. Para ela, as participações nas atividades do movimento trazem um grande aprendizado e que é necessário passar para frente todo conhecimento obtido. “No meu ponto de vista, cada atividade que participo acrescenta muito. Aqui escutamos que não adianta a gente aprender, é necessário colocar em prática”.